Mitos e Verdades sobre a Cannabis Medicinal!

A cannabis medicinal é uma alternativa terapêutica que tem ganhado popularidade no tratamento de diversas condições de saúde, como dor crônica, epilepsia, ansiedade e doenças inflamatórias. Contudo, seu uso ainda gera muitos questionamentos e resistências, em parte devido a uma série de mitos que persistem sobre suas propriedades e efeitos. A seguir, vamos esclarecer alguns dos principais mitos e verdades sobre a cannabis medicinal.

Mito 1: “Cannabis medicinal e maconha recreativa são a mesma coisa”

Verdade: Embora tanto a cannabis medicinal quanto a maconha recreativa venham da mesma planta, elas diferem significativamente em composição e propósito de uso. A cannabis medicinal é cultivada e manipulada de maneira a conter concentrações específicas de canabinoides, como o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD), dependendo do efeito terapêutico desejado. Em geral, os produtos médicos tendem a ter níveis mais altos de CBD e menores de THC, pois o CBD oferece benefícios terapêuticos sem causar os efeitos psicoativos associados ao THC. Já a maconha recreativa, em muitos casos, possui concentrações elevadas de THC, que é o principal responsável pela sensação de euforia e alterações sensoriais.

Mito 2: “O uso de cannabis medicinal causa dependência”

Verdade: A dependência à cannabis está mais associada ao THC, especialmente em doses altas e no uso recreativo. O CBD, por outro lado, não apresenta efeitos psicoativos e não causa dependência. Estudos indicam que o risco de desenvolver dependência da cannabis medicinal é relativamente baixo, especialmente quando a dosagem é acompanhada e monitorada por profissionais da saúde. Além disso, o uso medicinal da cannabis é feito em doses controladas e direcionadas para aliviar sintomas específicos, não para causar os efeitos de euforia, comuns no uso recreativo.

Mito 3: “Cannabis medicinal serve para tratar todas as doenças”

Verdade: Embora a cannabis medicinal seja eficaz no tratamento de várias condições, como epilepsia refratária, esclerose múltipla, dores crônicas e náuseas associadas à quimioterapia, ela não é uma cura milagrosa para todas as doenças. Cada organismo responde de maneira diferente à cannabis, e os efeitos terapêuticos podem variar de acordo com a condição tratada e o tipo de canabinoide utilizado. É fundamental que o uso de cannabis medicinal seja feito com orientação médica e com acompanhamento, para garantir que ela seja aplicada de maneira segura e eficaz.

Mito 4: “Os efeitos da cannabis medicinal são imediatos”

Verdade: O tempo para sentir os efeitos da cannabis medicinal pode variar dependendo do método de administração. A inalação, por exemplo, proporciona uma resposta mais rápida, pois os compostos entram diretamente na corrente sanguínea através dos pulmões. Já os óleos e cápsulas, administrados via oral, podem demorar entre 30 minutos a 2 horas para produzir efeitos, pois precisam ser metabolizados pelo fígado. Além disso, alguns tratamentos com cannabis medicinal podem exigir uso contínuo para que os efeitos se acumulem e sejam perceptíveis.

Mito 5: “A cannabis medicinal é completamente segura e não apresenta efeitos colaterais”

Verdade: Embora o CBD seja considerado seguro e tenha poucos efeitos colaterais, como boca seca e sonolência, o THC pode causar alguns efeitos adversos, especialmente em doses elevadas. Entre eles, estão a ansiedade, alteração do ritmo cardíaco e dificuldade de concentração. Além disso, é possível que o THC tenha efeitos diferentes em pessoas com predisposição a condições psiquiátricas, como esquizofrenia. Por isso, o acompanhamento médico é fundamental para minimizar os riscos e ajustar a dosagem conforme as necessidades do paciente.

Mito 6: “Cannabis medicinal só é útil para doenças graves”

Verdade: Embora a cannabis medicinal seja popularmente associada ao tratamento de doenças graves, como câncer e esclerose múltipla, ela também pode ser utilizada para aliviar sintomas de condições mais comuns, como ansiedade, insônia e dores crônicas leves. Estudos indicam que o CBD, em particular, tem efeitos ansiolíticos e anti-inflamatórios, o que pode ser benéfico para pessoas que buscam alternativas naturais para essas condições. No entanto, o uso da cannabis para condições menos graves deve ser sempre supervisionado, pois os efeitos variam de acordo com o perfil do paciente.

Mito 7: “Cannabis medicinal é ilegal em todo lugar”

Verdade: A legalidade da cannabis medicinal varia de acordo com o país e até mesmo entre estados de uma mesma nação. Em muitos países, como Canadá, Israel e Estados Unidos (em alguns estados), a cannabis medicinal é legal e regulamentada, permitindo que médicos prescrevam o uso de produtos específicos à base da planta. No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) permite o uso de produtos à base de CBD e THC para fins terapêuticos, mas a prescrição deve ser feita por um médico, e há requisitos específicos para a importação e uso.

Conclusão

A cannabis medicinal é uma alternativa terapêutica promissora, mas seu uso está envolvido em vários mitos que podem gerar confusão e resistência. Compreender as verdades sobre o funcionamento e os limites da cannabis medicinal é essencial para aproveitá-la de forma segura e eficaz. Embora não seja uma cura universal e apresente efeitos colaterais potenciais, quando usada com orientação médica, a cannabis pode oferecer alívio significativo para várias condições de saúde, proporcionando uma alternativa eficaz para aqueles que buscam tratamentos naturais.

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